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Escola Bíblica Dominical EBD 13 CRISTO, O MESSIAS QUE SOFREU E VENCE (Mateus 27, 28)

 

     Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, finalmente completa sua missão redentora dentro da história da humanidade. ele passa pela morte vicária, onde sofreu a pena pelos pecados do mundo inteiro (1 João 2.2), ele ressuscitou destruindo a morte (2 Timóteo 1.10) e ascendeu aos céus (Lucas 24.51), de onde retornará para buscar a sua igreja (Atos 1.11)

     O Messias de Deus é o servo sofredor de Isaías 53, cumprindo-se em Jesus Cristo; aquele que durante toda a sua vida só fez o bem e socorreu aos aflitos. Agora, muito mais, na sua morte, vai de encontro ao juízo que nos estava preparado e nos traz a vida pela sua vitória.

 

O REMORSO E NÃO O ARREPENDIMENTO DE JUDAS (Mateus 27.1-10)

 

     A situação de Judas iscariotes é uma das mais lastimáveis relatadas pelas Escrituras. Ele havia sido escolhido pelo próprio Jesus Cristo para uma das mais gloriosas posições que o ser humano jamais imaginou: ser discípulo e apóstolo (10.4). Na instituição da ceia do Senhor, Cristo o advertiu do seu erro (26.21-25); no momento em que a traição se concretizou, Jesus Cristo ainda o tratou de forma amável (26.50). 

     O texto revela que o remorso de Judas Iscariotes o fez procurar os sacerdotes para devolver-lhes as 30 moedas (27.3); o texto revela ainda que Judas considerava Jesus Cristo como inocente (27.4); os sacerdotes agiram impiedosamente com aquele homem angustiado (27.4).

     Este trágico relato nos ensina uma dura lição: ao pecador é possível reconhecer que errou e até chorar os seus erros sem arrepender-se para a salvação. O remorso de Judas Iscariotes não o conduziu ao arrependimento para a salvação, mas o levou a condenação eterna, à irremediável perdição.

 

A PERSONALIDADE DE PILATOS (27.11-26)

 

     Uma outra figura bastante controvertida que aparece nos momentos finais da vida de Jesus Cristo é a do governador Romano Pôncio Pilatos. Ele é descrito como "uma pessoa à qual faltam a auto-estima e o sentimento de próprio valor. É desapiedado e fanático. Parece incapaz de um relacionamento humano mais profundo. É a este homem que o sinédrio remete Jesus para ser julgado.

     Do texto podemos interferi algumas atitudes que nos ajudam a entender um pouco este homem:

     1) Transferência de responsabilidade (v. 17, 21, 22) - Ele transfere ao povo a responsabilidade de escolher quem receberia o indulto da festa. Essa transferência não se dá por razões democráticas, e sim pelo prazer de jogar os judeus uns contra os  outros, sim, porque se escolhessem soltar Jesus, estariam todos em clara oposição ao sinédrio, que o prenderá.

     2) Dava pouca importância ao que era justo (v. 18) - Ele julgaria como governador questões pertinentes à Roma, especialmente políticas, e ele sabia que este homem não era o caso. Diante da escolha do povo, lava as mãos - gesto que se tornou célebre como demonstração de omissão - (v. 24) e entrega Jesus para ser crucificado.

     A participação de Pilatos no processo de julgamento e execução de Jesus Cristo demonstra que não apenas os judeus são responsáveis pelo ato, mas que os gentios e, por conseguinte, a humanidade inteira, têm sua parcela de responsabilidade. Esta consideração é feita tendo em vista o renascimento desde o final do século vinte do anti-semitismo (ou semitofobia).

 

A ZOMBARIA E A CRUCIFICAÇÃO ( 27, 27-56)

 

     Condenado peça instância máxima da religião judaica - o sinédrio - (26.57-68), condenado pelo representante do Imperador de Roma, o governador Pôncio Pilatos (27.11-26), Jesus Cristo enfrenta o calvário, que é precedido pelo escarnecimento dos soldados no pretório.

    Antes do suplício final, Jesus Cristo foi exposto ao escárnio dos soldados do governador - possivelmente romanos e pagãos - humilhação que precedia àquela bárbara execução.

     A crucificação em si ( 27.32-56) era a punição mais cruel que se poderia imaginar, tão indigna que não podia ser aplicada a cidadãos romanos. Para aliviar a dor, foi oferecido ao Mestre vinho (v.34), mas ele recusou; sobre a cabeça dele foi afixada a acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS (v. 37). Tal procedimento, além de humilhar politicamente os judeus, mostra um estranho testemunho de reconhecimento de quem era Jesus Cristo realmente.

     O versículo 46 registra uma das mais trágicas declarações das Escrituras Sagradas: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Era Jesus Cristo, o Deus encarnado, feito homem, revelando-se em sua humanidade por completo. Ali ele representou totalmente a humanidade perdida e sem Deus, para que se cumprisse a profecia de Isaías quando disse no capítulo 53, versículo 6: "...o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós."

     O sacrifício perfeito foi precedido pelo testemunho da criação (v. 45) sucedido pela demonstração real e concreta de que no reino de Deus não haveria mais qualquer distinção entre os homens (v. 51-53), e pelo testemunho de um gentio de que Deus havia se manifestado (v. 54).

 

SEPULTAMENTO E RESSURREIÇÃO (27.57 a 28.15)

 

     Durante todo o ministério de Jesus Cristo as mulheres o acompanharam; elas estavam no momento da crucificação (v.56) e possivelmente assistiram José de Arimateia, discípulo de Jesus, nas providências para o sepultamento.

     Sendo um homem rico (v.57), José de Arimateia teve condições financeiras de providenciar um sepulcro novo (v. 60), depois de haver conseguido do Governador Pôncio Pilatos autorização para retirar o corpo (v. 58). Apesar de toda a atenção dispensada aos pobres e necessitados, este texto demonstra que também entre as classes mais favorecidas Jesus Cristo tinha discípulos.

     O texto (27.62-66) registra que uma guarda foi providenciada por Pôncio Pilatos a pedido dos judeus, para evitar o roubo do corpo para encenar uma ressurreição. Este testemunho é por demais precioso, pois reforça a verdade registrada nos Evangelhos e reafirmada pela tradição cristã de que Jesus Cristo ressuscitou dente os mortos. Ninguém poderia ludibriar a guarda romana ou violar o silo que fora posto na pedra. Este texto é uma das mais belas evidências da ação sobrenatural de Deus  em ressuscitar Jesus Cristo.

     É impressionante a distinção feita por Deus para com aquelas mulheres; elas não somente foram as primeiras a visitar o sepulcro vazio, como receberam de mensageiros de Deus a confirmação da ressurreição e a incumbência de avisar aos discípulos de Jesus Cristo que ele havia ressuscitado. Em meio a tanta alegria, o próprio Cristo foi ao encontro delas e as saudou. Glorioso privilégio!

 

A ASCENSÃO E A GRANDE COMISSÃO(28.16-20)

      Os momentos finais do ministério terreno de Jesus Cristo são singulares. Ele encontra os seus discípulos e recebe deles a adoração (v.16,17); Jesus Cristo declara a sua autoridade suprema sobre o céu e a terra (v. 18) e comissiona os seus discípulos para a maior missão já confiada a alguém.

    O encontro com os discípulos seguido de adoração, foi vital para o testemunho posterior daqueles judeus,, agora feitos cristãos. A afirmação da autoridade suprema demonstra a eficácia do sacrifício por ele oferecido e a legitimidade do poder em fase de revelação. 

     A grande comissão demonstra a abrangência do plano eterno de Deus para a humanidade. Não se restringia aos judeus, mas alcançava os samaritanos e todos os gentios até os confins da terra. A grande comissão é uma ordem de abrangência, e não de prioridade. Mais tarde, o apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios(1.4), fala da escolha feita por Deus antes da fundação do mundo, e também o apóstolo Pedro (1Pedro1.17-21) dá o mesmo testemunho.

CONCLUSÃO

 

     O reino de Deus alcançou a plenitude dos tempos no calvário de jesus Cristo. Ali foi travada a batalha em que Satanás foi derrotado para sempre - Deus redimiu o seu povo.

     Olhar para a crucificação de Jesus Cristo deve nos conduzir a uma profunda reflexão sobre a prova de amor dada por Deus, sobre a sua justiça perfeita e sobre a nossa responsabilidade em anunciar a morte do Senhor até que ele venha, e viver uma vida de obediência aos ensinamentos de Cristo, mesmo que isso implique sacrifícios (Mateus 16.24)

 

     Reflitamos sobre algumas questões:

     1) Que lugar têm ocupado o arrependimento e o remorso em nossa vida?

     2) Que significam para nós a morte e a ressurreição de Jesus Cristo?

     3) Qual o impacto da grande comissão em nossa missão?

 

SPEIDEL Kurt A. O julgamento de Pilatos, para você entender a paixão de Jesus. São Paulo: Edições Paulinas. 1979. p. 95

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